Chegou a época mais esperada do ano para muita gente. O Natal vem carregado de simbolismos religiosos e eventos que despertam afeto e carinho pelo próximo. Muitos parentes que demoram a se ver, encontram neste período a oportunidade perfeita para se reencontrar e estreitar os laços. Os amigos também se reúnem em várias confraternizações para celebrar a temporada mais festiva do ano.
Por outro lado, para muitos, toda essa movimentação pode influenciar no bom humor. O estresse que pode ser gerado com viagens, a ansiedade com a organização dos eventos e as compras, tudo isso tem seu fundo emocional. Convidamos a psicóloga Renata Motta para conversar com a gente sobre os impactos desse tal Espírito Natalino.
Profissional: a psicóloga Renata Motta explica os impactos do Espírito Natalino nas pessoas.
De acordo com a profissional, a época convida à reflexão e, por questões espirituais, buscamos caminhos de perdão, amor e compaixão. Os encontros com quem amamos, troca de presentes e carinho, fazem as pessoas se sentirem mais alegres e com a sensação momentânea de que não há solidão. O que toca fundo em alguns corações. “A felicidade parece ser uma obrigação que acaba causando níveis altos de ansiedade, angústia, melancolia e depressão em quem está com o astral baixo e se sentindo só”, esclarece Renata.
A psicóloga Renata Motta explica que, geralmente, quem fica melancólico nessa época é porque sente a falta de um ente querido ou possui em sua história algum outro fato envolvendo tristeza. “Quando ouvimos que alguém não gosta do Natal é porque provavelmente ela faz várias reflexões de sua vida e percebe perdas irreparáveis, ou sente que não alcançou suas metas, ou teve alguma experiência negativa marcante durante o ano que a impede de gozar de tamanha felicidade e, como existe uma pressão social por uma felicidade ‘obrigatória’ no Natal, acaba sendo um aspecto que pode justificar o desânimo destas pessoas em comemorar”, garante a psicóloga.
A estudante de Biomedicina, Rosana Mendes abriu seu coração e contou que gostava muito mais da data quando ainda tinha sua mãe viva. Hoje, a falta irrecuperável é constante, mas ela conta que se alegra com seus amigos e familiares para não se abater quando vem a lembrança. “Me cerco das pessoas que gosto e celebramos o amor, as conquistas do ano e, principalmente, a vida. Se ela estivesse conosco também estaria se alegrando comigo. Não podemos nos abater pelo que nos falta, mas nos alegrar com o que Deus nos dá o tempo todo”, reflete.
O músico Guilherme Duarte Costa, namorado de Rosana, aponta o momento de encontro como sendo o mais importante neste período. Ele conta que seus parentes saem cada um de suas cidades e se encontram todos em Pirassununga, e é sempre uma grande festa. “Muitos da família só vejo nessa época e o sentimento de alegria e união é bastante verdadeiro. Mesmo estando há tempos sem se ver, quando nos encontramos a sensação é que não estivemos longe. O sentimento de fraternidade é muito grande”, ele ainda completa que a troca de presentes é secundária, comparada às alegrias de estar perto daqueles que ama.
Dicas para entrar no clima e esquecer as frustrações.
A psicóloga Renata Motta separou algumas dicas importantes para você aproveitar da melhor maneira possível esse fim de ano e começar 2017 de forma equilibrada. Confira!
– Viver a vida no presente, deixar o passado no passado e não ficar ansioso com o futuro;
– Entender que a tristeza é parte importante para o equilíbrio da mente e do corpo e sentir-se triste é normal em qualquer período do ano;
– Aprender com os momentos difíceis e buscar soluções;
– Estabelecer metas mais realistas para evitar frustrações;
– Lembrar que ninguém tem o dever de estar feliz;
– Aceitar suas dificuldades e encontrar maneiras de lidar com elas;
– Rever conceitos que não agregam mais valor;
– Respeitar seus próprios limites acima de tudo;
– Lembrar-se sempre que não precisamos ter tudo que queremos.